Nesta quarta-feira, dia 1º de dezembro, a Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT) junto com a IndustriALL Global Union lançam a campanha "Dignidade interia e não pela metade:não basta ter um emprego, tem que ter trabalho decente" contra o trabalho precário para as trabalhadoras e os trabalhadores no Brasil e na América Latina.
Dividida em cinco etapas, a campanha, pegando um gancho com o mês do combate ao racismo, começa denunciando a desigualdade entre negros e negras e não negros no mercado de trabalho:
D3 COMUNICAÇÃO
Com peças em duas línguas, português e espanhol, a ideia da campanha é que cada etapa seja divulgada por quinze dias com foco em um tema. A partir do dia 15 de dezembro a campanha foca na pauta do trabalho decente da juventude, em seguida mulheres e, para fechar, LGBTQI+.
Para o presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres, quando se fala de trabalho decente, é falar de trabalho com dignidade.
“Dignidade para mulheres, negros, LGBTQI+, juventude e para todos e todas. No trabalho: dignidade inteira é o trabalho que respeita os trabalhadores, sem assédios, que não tem tratamento análogo a escravidão, que respeita e melhora as condições de trabalho e esta campanha visa estes esclarecimentos e o empoderamento da classe trabalhadora”, destaca.
A luta é regional
O secretário de Relações Internacionais, Maicon Michel da Silva, contou que nos últimos 10 anos com ascensão dos governos neoliberais, de direita e neofascista, como o Brasil atualmente, colocou a América Latina no mapa do retrocesso político e social e que é preciso unir forças para conseguir transformar esta realidade.
“O que antes era visto no mundo como uma Região potência emergente, a América Latina, graças a estas políticas desumanas, que não levam os trabalhadores e as trabalhadoras em conta, voltou a sentir o peso da fome, do desemprego, do desalento e desesperança. Esta campanha é fundamental para denunciar este retrocesso, poder propor melhorias para classe trabalhadora e mostrar que os trabalhadores latino-americanos que, apesar da diferença de cada pais, a luta por direito é em toda Região. Vamos dar as mãos e fazer um trabalho conjunto e articulado para combater a desigualdade social”, ressalta.
Como foi pensada a campanha
A campanha pelo trabalho descente, segundo o secretário de Comunicação da CNM/CUT, Heraldo Silva, foi pensada para além de contrapor os constantes ataques do governo à classe trabalhadora, com propostas de retirada de direitos.
“Queremos questionar qual é o emprego que se oferece aos trabalhadores. O empresariado Brasileiro, amparado pelas políticas de sucateamento, terceirização e menos direitos, apresentadas pelo governo, ataca, principalmente os trabalhadores mais vulneráveis e esta campanha diz chega de descriminação! Não basta ter um emprego, precisamos de trabalho descente”.
Conhecer para transformar
A secretária de Mulheres da CNM/CUT, Marli Melo, disse que esta campanha também tem como objetivo de transformar as políticas que levam a desigualdade e com isso buscar a equidade entre homens e mulheres, entre negros e não negros, entre jovens e mais experientes e entre LGBTQI+.
“Buscamos oportunidade, trabalho e salario igual, respeito ao nosso trabalho com condições de liberdade e eliminação de todas as formas de descriminação. Já lutamos dia após dia por uma vida digna para superar a pobreza e redução das desigualdades na vida e no mundo do trabalho e esta campanha só vem para engajar mais gente nesta batalha”, explicou.
Juntos somos mais fortes
O secretário-geral da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira, disse que campanha “Dignidade inteira e não pela metade”, que a CNM/CUT e a IndustriALL Global Union estão lançando, tem importância fundamental neste momento que estamos vivendo no Brasil e importante para mostrar à classe trabalhadora e à sociedade brasileira o trabalho precário no país, não só na questão salarial, mas nas condições de trabalhos, muitas vezes desumanas.
“Não importa o setor que trabalha, as mudanças com as reformas trabalhistas, apresentadas por Temer e Bolsonaro, aumentaram a desigualdade social, o desemprego, o trabalho precário e isso está acontecendo na América Latina como um todo. Queremos contribuir com a conscientização da população para lutarmos contra este trabalho precário que só aumenta a desigualdade”, explica o dirigente, que complementa: “Queremos que todas as metalúrgicas e metalúrgicos coloquem esta campanha nas fábricas, sindicatos, nos boletins e na rua para mostrar que só haverá democracia se este trabalho for decente e digno por inteiro e não pela metade”.
Serviço
Veja todos os materiais da campanha aqui, inclusive disponíveis para download.