Notícia - Marinho vai ao RS discutir trabalho escravo: "Temos que dar um basta nisso"

O ministro do Trabalho e Emprego (MTE), Luiz Marinho, virá ao Rio Grande do Sul (RS) na próxima segunda-feira (20) para dois dias de encontros e debates, em especial para discutir o combate ao trabalho análogo à escravidão, com autoridades, trabalhadores, empresários e parlamentares. Será a primeira visita do ministro ao Estado desde que tomou posse em 1º de janeiro.

De acordo com a assessoria de ministro, o principal motivo da vinda é debater medidas e ações que impeçam novos casos de trabalho análogo à escravidão, que está crescendo no estado. Além do resgate de 207 trabalhadores na colheita da safra da uva em Bento Gonçalves, na Serra, este ano também foram resgatados 82 trabalhadores, incluindo 11 adolescentes de 14 a 17 anos em duas fazendas de arroz, em Uruguaiana, na Fronteira Oeste. O primeiro caso foi após uma ação do grupo móvel de combate ao trabalho escravo realizada em fevereiro, e o segundo, em março. 

"Vamos dialogar para chegarmos a um acordo para evitar que essa situação volte a se repetir. Acredito que esse tipo de fato não interessa a ninguém. É inadmissível que ainda aconteçam situações como as registradas recentemente, não só no Rio Grande, mas em várias partes do país. Precisamos dar um basta nisso", afirmou Marinho à reportagem de GZH.

Marinho terá reuniões em Porto Alegre, Bento Gonçalves, Caxias do Sul e Uruguaiana. Os detalhes do roteiro ainda estão sendo definidos. Senadores e deputados federais também estarão na comitiva. Um dos nomes confirmados é o do senador Paulo Paim (PT-RS).

Ainda conforme a assessoria do ministro, ele  vai se reunir com o governador Eduardo Leite (PSDB), para quem já telefonou, a fim de agendar o encontro, que deve ocorrer na próxima terça-feira (21), à tarde. No mesmo dia, Marinho deve ir à Assembleia Legislativa para falar com os deputados estaduais.

Encontro com os trabalhadores

Haverá também um encontro do ministro com as centrais sindicais, os trabalhadores e as trabalhadoras, a ser agendado. "Queremos debater com Marinho a nossa luta contra o trabalho análogo à escravidão, agravado pela precarização, a terceirização irrestrita, o desmonte das estruturas de fiscalização das condições de trabalho após o golpe que derrubou a presidenta Dilma Rousseff e a reforma trabalhista aprovada no governo ilegítimo de Michel Temer (MDB)", afirma o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci.

O dirigente lembra que o tema esteve em pauta no seminário “Trabalho decente, sim! Trabalho Escravo, não!”, realizado na última sexta-feira (10), na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, onde as centrais sindicais apresentaram um manifesto com medidas concretas de combate ao trabalho escravo. "Nós defendemos trabalho decente com respeito aos direitos humanos, trabalhistas e sociais", destaca.

Encontros do ministro com produtores de vinho e arroz estão previstos igualmente, mas ainda não têm confirmação de dia, local e horário.

Com informações do jornal GZH


Fonte:   CUT-RS - 16/03/2023


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