A CSB participou do 39º Encontro Nacional dos Auditores Fiscais do  Trabalho (Enafit), realizado de 17 a 22 de setembro em São Paulo, pelo  Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait).  O secretário de Organização e Mobilização da CSB, Paulo de Oliveira,  representou a central em um painel que discutiu liberdade sindical e  efetividade das negociações coletivas.
Os destaques do painel mediado pelos diretores do SINAIT Marco  Aurélio Gonsalves e Renato Bignami foram a regulamentação da Convenção  151 da OIT no Brasil, a unicidade sindical e o financiamento dos  sindicatos, destruído após a reforma trabalhista de 2017.
Paulo de Oliveira defendeu a unicidade sindical (modelo em que apenas  um sindicato representa uma categoria, adotado no Brasil) e destacou a  importância de se reconstruir as finanças do sindicato para garantir sua  representatividade.
“É preciso fortalecer a luta sindical por meio da unicidade, e não  enfraquecer. Dentro desse contexto, temos que falar de financiamento  sindical. É muito importante o fortalecimento dos sindicatos para o  exercício legitimo da divergência, e isso não deve ser feito em  organizações paralelas”, argumentou.
Ele lembrou também que o enfraquecimento dos sindicatos se deu a  partir da reforma trabalhista, que fez falsas promessas à sociedade e  limitou a contribuição sindical àqueles trabalhadores que se filiam (cerca de 9% segundo dados mais recentes do IBGE) e, na prática, financiam os benefícios conquistados pelo sindicato para todos os profissionais da sua categoria.
“Vendeu-se para a sociedade três pontos sobre a reforma  trabalhista que não são verdadeiros: que traria segurança jurídica, que  iria atrair mais emprego e que modernizaria as relações de trabalho”,  afirmou.
Participaram da discussão no Enafit representantes da CUT, NCST,  CSP-Conlutas, Intersindical e Pública, que também fizeram críticas aos  retrocessos para os trabalhadores trazidos pela reforma, como o  crescimento da informalidade e a terceirização generalizada, utilizada  por empregadores para fraudar contratos de trabalho que deveriam ser  CLT.
O dirigente da CSB é um dos membros do Grupo de Trabalho da Negociação Coletiva,  coordenado pelo Ministério do Trabalho, e que reúne representantes das  centrais sindicais e das entidades patronais para discutir, dentre  outros temas, um modelo de contribuição assistencial atrelado às  Convenções Coletivas de Trabalho.
A CSB estará também do Grupo de Trabalho para Regulamentação da Convenção 151 da OIT,  criado no fim de agosto pelo governo federal. O tema chegou a ser  aprovado pelo Congresso Nacional em 2017, mas foi integralmente vetado  pelo então presidente Michel Temer.
Encontro com secretário nacional da Inspeção do Trabalho
Oliveira teve ainda uma reunião com o secretário nacional da Inspeção  do Trabalho, Luiz Felipe Brandão de Mello, para entender como está a  dinâmica da fiscalização, que está sendo reorganizada após a recriação  do Ministério do Trabalho no início do governo Lula.
O secretário-geral da CSB, Álvaro Egea, e o assessor Ernesto Pereira,  também participaram da conversa, em que falaram sobre o concurso que  será realizado para a contratação de 1.125 auditores fiscais, demanda  que vinha sendo feita pela categoria há anos.
“É o maior concurso público realizado até hoje no âmbito  do Ministério do Trabalho, então discutimos sobre como as vagas serão  distribuídas até para que a gente da CSB possa contribuir indicando  lugares que mais necessitam da presença do auditor fiscal para que se  tenha mais eficiência fiscalização, e naturalmente isso contribui para o  desenvolvimento do trabalho decente”, contou Oliveira.