Dados do Cadastro Nacional de Entidades Sindicais do MTE (CNES/MTE) apontam a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) como a segunda central sindical mais representativa do país, com um total de 1.650.159 trabalhadores e trabalhadoras filiadas em sua base composta de 964 entidades sindicais regularizadas no Ministério do Trabalho.
O total de entidades filiadas à CTB é na verdade maior, tendo já ultrapassado a casa dos 1400, mas muitas ainda não regularizaram no MTE. Por consequência, o número de sindicalizados na base da central classista é também maior. O número registrado no cadastro (CNES) equivale a 8,69% do total de sindicalizados.
Em primeiro lugar, em matéria de representatividade, vem a CUT (Central Única dos Trabalhadores), com 2488 entidades em sua base.
O critério de representatividade
Quem definiu a sindicalização como critério de representatividade foi a lei 11.648/2008, aprovada durante o segundo governo Lula, que reconheceu e concedeu um status legal às centrais sindicais.
Notemos que o crescimento da CTB deve ser atribuído ao crescente número de entidades regularizadas no Ministério do Trabalho. Há também um grande esforço de sindicalização por parte das entidades classistas, o que lhes garante um grau de representatividade maior.
O reconhecimento legal das Centrais Sindicais completou 15 anos em 2023, com a lei sancionada pelo presidente Lula. Mesmo antes da lei, as Centrais Sindicais já eram uma realidade no Brasil, unificando as lutas dos trabalhadores e das trabalhadoras representados por seus Sindicatos de Norte a Sul do país. Mas, não eram reconhecidas pela legislação, ou seja, não gozavam de status legal.
Até então, a estrutura sindical estava representada na forma sindicato-federação-confederação, estrutura do sistema conferativo previsto no Artigo 8º da Carta Magna, que é fundamental até hoje. O reconhecimento das Centrais Sindicais só ocorreu em 2008.
Dieese
A lei prevê o reconhecimento das Centrais Sindicais que possuam, dentre outros requisitos, um percentual mínimo de 7% de sindicalizados a entidades sindicais filiadas. Atualmente, seis Centrais Sindicais alcançaram este percentual (CUT, CTB, UGT, Força Sindical, CSB e Nova Central). Anualmente, o Ministério do Trabalho deveria realizar a aferição das Centrais Sindicais e publicar o índice de representatividade tendo por critério os percentuais de sindicalização nas respectivas bases. Mas, a última aferição oficial é de 2016 e já não reflete mais a realidade.
Em março/23, o Dieese já havia elaborado uma tabela com os dados do CNES/MTE, confirmando a CTB como segunda central mais representativa do Brasil, com 1.602.836 sindicalizados, representando, 8,5% dos sindicalizados. A tabela foi apresentada na reunião do Fórum das Centrais.
Com base nas informações do Cadastro Nacional de Entidades Sindicais (CNES), disponibilizadas no website do Ministério do Trabalho e Emprego, a A Secretaria Geral da CTB elaborou a seguinte tabela sobre a representatividade das centrais sindicais brasileiras.
Trabalhadores e trabalhadoras sindicalizados no Brasil, distribuídos por Central Sindical – Atualizado em 30/09/2023 |
CENTRAL |
SINDICATOS |
SINDICALIZADOS |
% DE SINDICALIZADOS |
CUT |
2488 |
5.701.915 |
30,02% |
CTB |
964 |
1.650.159 |
8,69% |
UGT |
1272 |
1.531.387 |
8,06% |
FS |
1641 |
1.280.721 |
6,74% |
CSB |
906 |
1.151.833 |
6,06% |
NCST |
1193 |
929.860 |
4,90% |
UST |
4 |
750.371 |
3,95% |
CESP |
40 |
467.637 |
2,46% |
CONLUTAS |
91 |
221.482 |
1,17% |
CBDT |
84 |
151.444 |
0,80% |
CGTB |
149 |
98.098 |
0,52% |
PÚBLICA |
89 |
68.106 |
0,36% |
INTER – CENTRAL |
12 |
33.491 |
0,18% |
CGT |
2 |
52 |
0,00% |
INTER PORT. |
1 |
15 |
0,00% |
CENASP |
1 |
15 |
0,00% |
Sem filiação |
3604 |
4.956.971 |
26,10% |
TOTAL |
12.541 |
18.993.557 |
100,00% |
Fonte: Elaborado pela Secretaria Geral da CTB com base nos dados do Cadastro Nacional de Entidades Sindicais do MTE – CNES/MTE |