O secretário de Organização Sindical da CNM/CUT, Abinadabe Santos de Lima, representando a entidade, participou nos dias 5 e 6 de outubro do encontro global conjunto que discutiu a cadeia mundial de abastecimento de baterias, realizada pela IndustriALL Global Union e IndustriALL European Trade Union, em Budapeste, na Hungria. Mais de 30 delegações estrangeiras foram representadas no evento.
Nos últimos anos, a cadeia de abastecimento de baterias expandiu-se rapidamente em todo o mundo, impulsionada pela resposta às alterações climáticas e ao aumento da procura por veículos elétricos. Isso provocou também uma mudança significativa nos postos de trabalho.
Só na Europa, segundo dados da IndustriALL Global Union, é estimada a criação de 800 mil novos empregos relacionados com o setor de baterias nos próximos anos. Em todo mundo, a estimativa é da criação de aproximadamente 10 milhões de empregos na cadeia de valor das baterias a partir de 2030.
"Os sindicatos devem estar atualizados sobre a cadeia de produção das baterias e eletrificação, garantindo em cada momento, desde a sua origem, a proteção dos trabalhadores deste setor, sempre em defesa de trabalho digno”, afirmou o secretário de Organização Sindical.
Abinadabe avalia que a troca de informações e experiências entre as delegações internacionais presentes no encontro será essencial reforçar os laços entre os trabalhadores e entender como cada país está posicionado dentro da cadeia global de produção de baterias, que vai desde a mineração, passando pela refinação, até a produção e montagem das baterias. “Entender o cenário da cadeia de produção no mundo permite pensar em construir um ambiente saudável para os trabalhadores do setor lá no chão de fábrica”.
Potencial brasileiro
O Brasil tem um potencial grande para fazer parte da cadeia mundial de baterias por oferecer em seu território vários minérios que fazem parte da composição do produto. Para o secretário-geral da CNM/CUT e um dos coordenadores do segmento automotivo da entidade, Renato Carlos de Almeida, o Renatinho, o país, porém, precisa ir além de ser apenas um fornecedor de matéria prima para produção de baterias no mundo.
“Temos capacidade de produzir as baterias aqui, e de também participar do processo de reciclagem e de descarte. Não podemos exportar somente commodities, ou então ficaremos para trás na questão da eletrificação automotiva. É preciso valorizar o potencial do nosso país”, diz Renatinho.