Um 1º de Maio que defenda os verdadeiros interesses do povo pobre e trabalhador. É com este objetivo que a CSP-Conlutas e dezenas de entidades organizarão o Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores classista, internacionalista e independente de governos e patrões.

Em São Paulo, a  mobilização irá ocorrer na próxima quarta-feira (1º), na Praça Ramos de Azevedo, em frente ao Teatro Municipal, na República, a partir das 13h. Caravanas de outras cidades do estado já se organizam para estar presente nesta manifestação que terá caráter nacional.

A mobilização ocorre para oferecer um contraponto ao 1º de Maio proposto pelas demais centrais brasileiras que irão se utilizar da data para propagandear e defender o governo Lula/Alckmin. Desta forma, essas direções abandonam a independência de classe para realizar um evento atrelado a empresários e ao governo federal, subindo no palanque dos mesmos que aplicam medidas contrárias aos interesses da classe trabalhadora.

O ato convocado pela CSP-Conlutas também irá reforçar a luta contra a ultradireita e os demais setores burgueses, como o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes.

Nos estados, a orientação às entidades filiadas e movimentos é que o perfil da Central seja marcado pela independência de classe em relação a todos os governos e patrões e internacionalismo. 

Bandeiras de luta

Entre as bandeiras que serão levantadas na manifestação estão medidas de diferentes governos que prejudicam a vida da classe trabalhadora, retirando direitos ou desmontando a oferta de serviços públicos.

A política do Arcabouço Fiscal do governo Lula, que limita investimentos na Educação e Saúde, e que tem sido alvo de inúmeras greves de servidores pelo país será alvo, bom como as reformas da Previdência, Trabalhista e do Ensino Médio.

O PL dos Aplicativos apresentado pelo Planalto também será denunciado, uma vez que não atende as principais reivindicações de motoristas e demais trabalhadores de aplicativos no Brasil.

Pautas históricas

Pautas históricas como o combate ao machismo, ao racismo e à LGBTfobia terão lugar de destaque no 1º de Maio.

“A luta das negras e negros continua contra o encarceramento em massa (...) denunciamos com todas as forças a chacina da PM de Tarcísio em curso, a maior da história de São Paulo, desde o massacre do Carandiru”, diz trecho do manifesto elaborado pelas entidades.

A luta contra o genocídio dos povos indígenas e originários por direitos também será marca do ato.  A CSP-Conlutas apoia integralmente a luta por território, moradia digna, pelo direito de plantar, morar e viver.

Também será feita a exigência de políticas públicas que rompam com a lógica de mercado e da privatização e garantam o acesso de todos e todas à terra e moradia, enfrentando os proprietários privados, latifundiários urbanos e rurais, especuladores imobiliários e banqueiros.

Ditadura Nunca Mais!

Em 2024, o golpe militar no Brasil completa 60 anos e, diferentemente do que Lula defendeu em entrevista, esse período sombrio da história precisa ser relembrado para que nunca mais volte a acontecer. Neste 1º de Maio, nossa Central também levará às ruas a exigência de punição aos golpistas do passado e também àqueles que tentaram um novo golpe em 8 de janeiro de 2023.

“Precisamos punir exemplarmente todos os militares, empresas e empresários envolvidos nas mortes, torturas, perseguições contra os que lutavam e lutam pelos seus direitos contra a exploração do capital. Ditadura Nunca Mais”, diz o manifesto.

Palestina livre!

Neste ano, a solidariedade com o povo palestino é ainda mais importante neste Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores. O genocídio cometido por Israel em Gaza já matou mais de 34 mil pessoas e as agressões na Cisjordânia também estão numa crescente.

Neste sentido, é fundamental exigir do governo Lula o rompimento imediato de todas as relações diplomáticas e comerciais com a ocupação sionista que ameaça levar mais violência ao Oriente Médio.

“Fazemos um chamado especial à juventude para participar do 10 de Maio independente e classista com toda sua energia e voz. Diante da degeneração e decadência da sociedade capitalista, que impõem miséria e fome para nossa classe em todo o planeta, a alternativa é lutar e construir uma sociedade socialista, sem exploração e onde todos sejam iguais. Venham construir conosco este 10 de maio sem conciliação com patrão e seus governos”, conclui o manifesto.

Entidades organizadoras do ato:

CSP-Conlutas, MNOB - Movimento Nacional de Oposição Bancária, PSTU, OSL -Organização Socialista Libertária, SOB - Socialismo ou Barbárie, Luta Popular, Sindsef-SP, Sintusp, Sintrajud, SINDSEMP-SP, MRT - Movimento Revolucionário de Trabalhadores, Movimento Nenhum Servidor a Menos no MPSP, Sindicato Metalúrgicos São José dos Campos e região, Unidos pra Lutar, Coletivo Marielle Vive, Sindicato dos Químicos de São José dos Campos e região, ?CST - Corrente Socialista das Trabalhadoras e Trabalhadores, Sinsprev SP, Quilombo Raça e Classe, LSR - Liberdade Socialismo Revolução, Rebeldia, MML - Movimento Mulheres em Luta, Juventude Faísca Revolucionária, Movimento Nossa Classe, Coletivo Reviravolta e Oposição Apeoesp