A redução de jornada de trabalho sem a redução de salário é um importante ponto da Campanha Salarial 2024. O tema faz parte dos eixos aprovados pelos trabalhadores da base da Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT/SP) e será levado para as negociações com as bancadas patronais.
A entidade já entregou a pauta de reivindicações para todos os grupos patronais e, em breve, inicia as tratativas com os empresários. Além da redução de jornada, a FEM-CUT/SP busca a valorização das Convenções Coletivas; Reposição da Inflação; Aumento Real e Redução dos Juros.
O presidente da entidade, Erick Silva, afirma que a redução da jornada é um tema urgente e precisa ser colocado em discussão. “A última vez que tivemos uma diminuição da jornada de trabalho foi na Constituição de 88. De lá para cá, o mercado de trabalho mudou muito, se modernizou. Portanto, passou da hora de pautarmos a redução de jornada para toda classe trabalhadora”.
Erick também lembra que a produtividade das empresas aumentou muito com o passar dos anos. “Hoje, temos menos trabalhadores para produzir muito mais, num ritmo muito maior. Isso acaba com a qualidade de vida, com o tempo livre do trabalhador para estar com a família, para ter um momento de lazer. Nós precisamos mudar essa realidade”.
O sindicalista defende que a luta pela redução de jornada tem que estar em todos os ambientes. “Pouco políticos fazem a defesa dessa bandeira no Congresso Nacional e precisamos dos demais. Temos que construir uma mobilização na base, nas fábricas e levar isso para a sociedade, buscando cada vez mais eleger representantes que lutem por essa pauta”.
O secretário-geral da FEM-CUT/SP, Max Pinho, lembra que a jornada reduzida já é uma realidade em diversas empresas metalúrgicas da base da entidade.
“No estado de São Paulo, a luta dos dirigentes dos sindicatos filiados à FEM já conquistou importantes acordos que reduzem a jornada, garantindo mais tempo para os trabalhadores e gerando mais postos de trabalho. Esses exemplos bem-sucedidos precisam chegar a toda categoria e ser também uma realidade para classe trabalhadora”. `
Para Max, pautar o tema nas negociações da Campanha Salarial é um importante passo para garantir avanços. “Nossa Campanha Salarial é o ponto de partida de muitas conquistas que temos atualmente. Temos plena convicção que com a redução de jornada não será diferente. O mundo já avança nesse sentido e a discussão ganha força no Brasil. Reduzir a jornada sem reduzir salários é um caminho sem volta para o benefício da classe trabalhadora.
Campanha Salarial 2024
A Campanha Salarial dos metalúrgicos da base da FEM-CUT/SP segue a todo vapor. No último dia 6, cerca de 2 mil trabalhadores participaram do ato de lançamento da Campanha em Pindamonhangaba.
Nesta semana, os dirigentes da Federação finalizaram a entrega da pauta de reivindicações para todas as bancadas patronais e iniciam em breve as negociações com os empresários.
Este ano, a Campanha Salarial tem como slogan “Unidade e Luta – Vamos Conquistar a Nossa Parte”. Já os principais eixos que serão negociados com as bancadas patronais são: 1. Valorização das Convenções Coletivas; 2. Reposição da Inflação; 3. Aumento Real; 4. Redução da Jornada de Trabalho Sem Redução de Salário; e 5. Redução dos Juros.
Desde setembro de 2023, os metalúrgicos tiveram 3,33% de perdas salariais com a inflação. Os dados são do Dieese de acordo com resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de maio de 2024.