O presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT/SP), Erick Silva, se reuniu com representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para discutir demandas importantes para a classe trabalhadora.
O encontro aconteceu no final do mês passado e contou com a presença de dirigentes da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM-CUT), da IndustriALL Brasil e Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba (SMetal).
De acordo com Erick, um dos principais do encontro foi cobrar o banco que se posicione em relação à Embraer. Ele lembra que a empresa recebe importantes investimentos públicos, como os R$ 2 bilhões anunciados pelo governo Lula para este ano. O sindicalista também destaca que o BNDES, que possui capital acionário da empresa, é outro grande financiador da Embraer.
“Portanto, não podemos admitir a falta de respeito da Embraer com os trabalhadores. A empresa não faz Convenção Coletiva, não assina acordo com os nossos sindicatos e não respeita a liberdade de autonomia sindical. Isso é um problema que precisa ser enfrentado pelos órgãos envolvidos”, enfatiza Erick.
A Embraer é a terceira maior fabricante de jatos comerciais do mundo e líder no segmento de aeronaves com até 130 lugares e jatos executivos. Ao todo, a empresa conta com 19 mil trabalhadores.
A empresa, apesar de ter sido privatizada em 1994, continua tendo o governo como autoridade final em decisões estratégicas. Os investimentos anunciados por Lula devem gerar cerca de 900 empregos diretos nas fábricas em todo o Brasil.
“Os representantes do BNDES assumiram o compromisso de se reunirem com a direção da Embraer e colocar as questões que foram reclamadas aqui, pedindo atenção aos direitos dos trabalhadores. Essa é uma estratégia que o movimento sindical tem de buscar outros caminhos para atingir empresas que têm práticas antissindicais”, afirmou o secretário-geral da CNM/CUT, Renato Carlos de Almeida (Renatinho).
Investimentos
No encontro, os sindicalistas também cobram do BNDES estratégias para facilitar acesso de crédito das empresas do ramo metalúrgico, principalmente médias e pequenas empresas, desde que respeitando o trabalho dos sindicatos e os direitos dos trabalhadores.
O secretário-geral da CNM/CUT, Renato Carlos de Almeida (Renatinho), ressalta que o movimento sindical precisa estar sempre atento a cobrar das esferas de governo que as empresas que recebem dinheiro público não podem praticar atos antissindicais, e que exista sempre contrapartidas para os trabalhadores.
“Articulamos em conjunto com a IndustriALL Brasil para que fosse construída uma agenda para esclarecer para possíveis empresas interessadas e até os representantes dos trabalhadores qual é o caminho para acessar os recursos do BNDES, aos créditos que o banco disponibiliza”, explicou Renatinho.