Confira o discurso do presidente Miguel Torres (Força Sindical, CNTM e Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes), no dia 7 de setembro de 2024, abordando o contexto e a conjuntura política, econômica e social no Brasil e no mundo.
O discurso foi feito no âmbito do 13º Fórum Sindical dos BRICS (grupo de países de mercado emergente em relação ao seu desenvolvimento econômico), em Sochi, Rússia 2024.
“Prezados companheiros e companheiras, amigos e autoridades, presentes neste 13º Fórum Sindical dos BRICS, Rússia 2024, primeiramente em nome das Centrais Sindicais brasileiras: CUT, Força Sindical, CTB, UGT, NCST e a CSB, e os companheiros da delegação brasileira, Sérgio Nobre, presidente da CUT, Carlos Muller, Secretário internacional da CTB, e Márcio Ferreira, vice-presidente da Força Sindical, gostaria de saudar e parabenizar a todos e todas pela importante presença e participação neste importante Fórum sindical dos 10 países que integram este importante processo dos BRICS.
Em nome dos trabalhadores brasileiros, damos as boas-vindas às Centrais Sindicais dos cinco novos países que integram os BRICS: Egito, Etiópia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Irã.
Fazemos uma saudação especial e os nossos parabéns para o amigo e companheiro, presidente Mikhal Smakhov, e a direção da Federação Nacional dos Sindicatos independentes da Rússia, FNPR, e ao Movimento Sindical Russo, pelo trabalho, compromisso e pela excelente organização do nosso Fórum, e pela acolhida e hospitalidade nesta maravilhosa cidade de Sochi.
Agradecemos ao governo russo pela consideração e a inclusão do Fórum Sindical dos BRICS na agenda dos eventos oficiais dos BRICS Rússia 2024, fato que contribui consideravelmente para desenvolvimento das nossas atividades do Fórum Sindical de forma autônoma, independente e construtiva, no sentido de apresentarmos aos governos dos BRICS, a nossas preocupações e propostas contidas em nossa declaração do XIII Fórum Sindical dos BRICS 2024.
Senhores e senhoras, delegados e delegadas, gostaria de destacar que o Brasil passou por um período extremamente grave durante o governo de extrema direita e negacionista do Bolsonaro, que buscou enfraquecer a democracia, atacou e pretendia eliminar os sindicatos, aumentou os níveis de pobreza, o desemprego, as desigualdades sociais e comprometeu a nossa soberania.
As centrais sindicais estiveram unidas na luta para derrotar esse projeto fascista do Bolsonaro.
Com a grande mudança nas eleições de 2022, que elegeu o companheiro Lula, presidente da República, a Força Sindical conjuntamente com as demais centrais sindicais tem trabalhado e lutado incansavelmente na defesa dos direitos da classe trabalhadora e pela reconstrução do nosso País. Mas não matamos o demônio, apenas fechamos a porta do inferno, mais ainda temos muita luta pela frente.
Destacamos que com objetivo de fortalecer o movimento sindical brasileiro, as centrais sindicais apresentaram ao presidente Lula e ao Congresso Nacional um projeto de fortalecimento do diálogo social, da negociação coletiva e de atualização da organização sindical em nosso País.
Hoje, apesar das dificuldades enfrentadas pelos sindicatos, as centrais Ssndicais têm lutado e contribuído de forma substancial para formulação e implementação de políticas publicas que melhoram a vida dos trabalhadores e a população.
Segundo o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatísticas Socioeconômicas), 85% das convenções e acordos coletivos tiveram aumento real de salário, acima da inflação, o desemprego está em declínio com menos de 7% de taxa de desemprego, e, segundo as previsões do FMI, o Brasil se tornará a 8ª economia do mundo em 2025, com um crescimento de 2,8% a 3% do PIB em 2024, respectivamente.
A nossa luta também tem sido intensa pela reindustrialização, por relações comerciais no âmbito nacional e internacional justas, por apoio aos programas sociais de transferência de renda, por implementação da agenda do trabalho decente, em defesa do meio ambiente, por justiça social e pelo fortalecimento da democracia.
Nós, das centrais sindicais, estamos plenamente comprometidos na luta pelo fortalecimento do Pacto Global pela Justiça Social, promovido pela Organização Internacional do Trabalho, e que conta com forte apoio do governo do presidente Lula no Brasil.
Consideramos muito importante que o nosso Fórum Sindical possa solicitar a todos os Estados membros dos BRICS maior empenho e apoio à iniciativa do Pacto Global pela Justiça Social, como um ponto de equilíbrio contra o neoliberalismo selvagem defendido pela extrema direita no mundo.
No contexto internacional, consideramos que o mundo globalizado está atravessando por um período bastante conturbado e preocupante.
As tensões geopolíticas, a deflagração de conflitos, guerras e a intensificação das disputas por mercados, recursos naturais e tecnologia marcam um cenário de incertezas e profundas preocupações para os trabalhadores e a população em níveis nacional e global.
Os avanços tecnológicos e científicos e a inteligência artificial são muito importantes, e tem potencial de influenciar as atuais e futuras gerações (principalmente na comunicação, na medicina, no mundo do trabalho, na capacidade de produzir estatísticas socioeconômicas e demográficas) e contribuir para o desenvolvimento sustentável.
Porém, essas tecnologias e a inteligência artificial também têm seus impactos e efeitos colaterais preocupantes e desastrosos para a humanidade, entre os quais o desemprego, a informalidade, as desigualdades sociais, e o mais preocupante, o avanço da extrema direita e o fascismo em vários países do mundo, inclusive no Brasil.
Por último, a delegação brasileira manifesta seu apoio à proposta de projeto de declaração final e a proposta de regulamentação para admissão de novas organizações no Fórum Sindical dos BRICS 2024, apresentando pela presidência Russa.
Um forte abraço fraterno e solidário a todos e todas.
PARA NÓS TRABALHADORES E TRABALHADORAS DO MUNDO SÓ A LUTA FAZ A LEI E GARANTE A DEMOCRACIA!
Muito obrigado!”.
Miguel Torres