O Sindmetau (Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região) acionou o alto escalão do Governo Federal na busca pela reativação da fábrica da LG em Taubaté. A estratégia para colocar a unidade novamente em produção foi discutida em reuniões com ministros em Brasília na última quarta-feira (4).
O presidente do Sindmetau, Claudio Batista, o Claudião, e o coordenador jurídico do Sindicato, Isaac do Carmo, foram recebidos pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
Os representantes dos metalúrgicos de Taubaté levaram ao Governo Federal um relatório com toda a trajetória da luta pelos empregos na LG. O documento também destacou a importância da fábrica para o setor industrial da região e as propostas do Sindicato para a reativação da área.
Segundo o presidente do Sindmetau, o vice-presidente Alckmin disse que irá procurar a direção da LG para tratar do tema. "Queremos que aquela área tenha uma destinação e possa gerar empregos e desenvolvimento na nossa região. Seja por meio de novos produtos da LG ou por novas indústrias que possam se instalar no local", explicou Claudião.
O Sindicato também aponta que a retomada do setor industrial no país favorece a atração de novos produtos ou empresas para a área da LG. Neste ano, o Governo Federal lançou o Nova Indústria Brasil, que conta com mais de R$ 342 milhões em recursos para estimular e modernizar o setor. Em julho, o Sindmetau promoveu um seminário em Taubaté para apresentar o programa para as empresas da cidade e região.
Além da nova política industrial, os indicadores apontam um cenário positivo. O PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 1,4% no 2º trimestre de 2024, puxado pela indústria (1,8%) e pelos investimentos (2,1%). A própria LG anunciou neste ano um aporte de R$ 1,5 bilhão no Paraná.
LG Taubaté
A LG contou com produção em Taubaté de 1997 a 2021, quando encerrou a divisão global de celulares. Na sequência, a fábrica coreana transferiu a linha de notebooks e monitores para Manaus, com a justificativa de que a alta na carga tributária de São Paulo inviabilizou a atividade no estado.
Apesar da luta feita pelos trabalhadores e o Sindicato, a LG manteve a decisão de encerrar a produção em Taubaté. Cerca de 700 trabalhadores e trabalhadoras foram desligados na época. O Sindmetau negociou um plano de indenizações para os funcionários.
Taubaté encerrou o ano de 2021 com um saldo negativo de 816 vagas no setor industrial. Mas nos anos seguintes passou a recuperar os empregos na área, com saldo de 254 vagas em 2022 e de 929 vagas em 2023. Neste ano os números seguem positivos: de janeiro a julho já são mais 720 vagas na indústria.