O número de mulheres eleitas prefeitas no último domingo (07) é recorde no Brasil. De acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ao final da apuração dos votos em todo o território nacional, as mulheres representam 12,03% dos prefeitos eleitos no primeiro turno. Isso representa um aumento de 31,5% em relação ao último pleito, disputado em 2008.
Desde 1995, quando a lei eleitoral definiu que os partidos deveriam apresentar no mínimo 20% de candidatos do sexo feminino, o número vai subindo gradualmente. Na primeira eleição após a lei, as mulheres foram eleitas em 3,4% das cidades.
Vanessa Grazziotin disputa 2º turno em Manaus
Essa é a primeira eleição municipal com a vigência da lei 12.034/2009, que estabelece que cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de cada sexo.
Raimunda Gomes, a Doquinha, secretária da Mulher Trabalhadora da CTB, destaca que esse é o resultado de muita luta e mobilização. "A cada ano que passa, cresce no Brasil o número de mulheres que se candidatam e se elegem. Esse resultado é a expressão da nossa luta constante por direitos e oportunidades iguais. Não podemos, nem devemos esperar que ele nos seja dado. Tudo que nós, mulheres, conquistamos até hoje é fruto de muita garra e mobilização. Foi assim com o direito ao voto, com o estabelecimento de cotas dentro dos partidos políticos e assim por diante", analisa a sindicalista.
NO entanto, para Doquinha é preciso mais. “A participação feminina tem avançado, mas a passos lentos. Para reverter esse cenário é preciso conscientização. É necessário que as mulheres percebam que elas têm condições, tanto quanto os homens, de construir a democracia no País".
Em 2012, as mulheres conquistaram 663 prefeituras, sobretudo no interior. Entre as capitais, apenas Boa Vista, em Roraima, teve uma prefeita eleita — Teresa Surita (PMDB). Para as capitais que terão segundo turno, Vanessa Grazziotin (PCdoB) está na disputa em Manaus.
Nas cidades com resultados já definidos, o estado com maior número de prefeituras que devem ser comandadas por mulheres é Minas Gerais, com 71 eleitas, como é o caso de Elisa Costa (PT) em Governador Valadares, seguido por São Paulo, com 67, Bahia (64), Paraíba (49) e Maranhão (41). Na Paraíba onde a participação das mulheres é mais representativa. Em cada dez prefeitos eleitos, dois são do sexo feminino.
O Acre foi o único estado que não elegeu representantes do sexo feminino para o cargo de prefeito.