Neste 26 de janeiro de 2012 ocorreu a Conferência Sindical Internacional em Lisboa promovida pela CGTP-IN. Sob o lema “A crise internacional – impactos no emprego e nos direitos laborais e sociais – resposta sindical”, comprovando sua importância política, 92 organizações sindicais vinda de mais de 50 países puderam expor suas opiniões e experiências frente aos desafios impostos pela mais grave crise capitalista contemporânea.
Esse evento integra a programação do XII Congresso da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional e continuará até o próximo sábado, 28/01.
A abertura da conferência coube ao Secretário Geral da CGTP-IN, Manuel Carvalho Silva. Ele fez uma abordagem sobre o quadro internacional focada na crise em curso, contextualizando a partir daí a situação européia, como também o papel importante do sindicalismo classista, que a partir dos locais de trabalho haverão de resistir contra um dos maiores ataques aos direitos da classe trabalhadora desse continente: “Uma economia ora centrada no trabalho está sendo substituída por uma comandada pela financeirização que visa desmontar o Estado social” concluiu o dirigente.
O capitalismo é um sistema estruturante de crises
Em torno de 40 exposições na plenária deram um tom de denúncia, de repulsa e pela mobilização contra os pacotes neoliberais que – se efetivados – poderão acarretar uma das maiores regressões laborais no continente europeu, e que repercutirá negativamente sobre toda a classe trabalhadora mundial. O capitalismo foi o maior alvo como sistema que engendra suas próprias crises.
Sindicalismo latino-americano presente
Depois de ouvir os relatos dos companheiros e companheiras europeus e outros aqui presentes, assistir, ler e ouvir o noticiário português fizemos uma viagem como se estivéssemos nos anos 80 e 90, período perverso da agenda neoliberal vividos por nós na América Latina e Caribe. Foi a partir de nossa resistência contra essa agenda que hoje conquistamos experiências democráticas e populares. E também através deles, temos hoje uma agenda mais soberana, nacional e desenvolvimentista. Caminhos que criaram melhores condições de enfrentarmos a crise atual. Esse parágrafo traduz as intervenções dos representantes sindicais desse continente nessa conferência.
A CTB afirma: O fim da tese do fim da história
Representando a CTB, o presidente Wagner Gomes opinou que o mundo vive um momento difícil e perigoso. Resgatou que passado pouco mais de duas décadas, quando alguns “teóricos” dos países centrais na época decretaram o fim da história e apontaram o capitalismo como único capaz de gerar a prosperidade da humanidade, comprovou-se como mais uma falácia ideológica que está desmoralizada pela crise capitalista que massacra milhões de trabalhadores e trabalhadoras.
Defendeu a resistência mobilizadora classista contra os pacotes ante-trabalho que buscam jogar sobre nossos ombros a conta das crises. Nessa direção foi enfático contra concepções que vacilam e desarmam a resistência da classe trabalhadora: “É difícil explicar uma traição de classe”. Com grande adesão do plenário através de efusivas palmas, ele se referia a UGT portuguesa que assinou com o governo um acordo que massacra os direitos trabalhistas e sociais no país. Até hoje essa entidade sindical tenta se explicar perante a opinião pública.
Encerramento
Coube a Armênio Carlos, membro da executiva da CGTP-IN, concluir a conferência. Em sua abordagem denunciou o Banco Central Europeu que comanda politicamente o continente através de sua agiotagem institucional e endivida cada vez mais os Estados nacionais. Conclamou a resistência nacional e internacional e vociferou: “O sistema capitalista precisa ser derrotado, ele não serve a humanidade”.
Nesta sexta-feira acontecerá também em Lisboa a abertura do XII Congresso Nacional da CGTP-IN.
Fonte: Portal CTB De Lisboa, Divanilton Pereira
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27/01/2012
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